Blá Blá Blá x Caixinha do Nada



Um dos problemas iniciais que tive no inicio do casamento foi em relação ao diálogo após um dia de trabalho. Mesmo com toda a tecnologia de WhatsApp, e-mail, ligação a qualquer momento, eu preciso conversar sobre como foi aquele dia. Eu tinha uma rotina na casa dos meus pais, e ele tinha outra totalmente diferente na casa dos pais dele. Na minha casa, o ato de chegar em casa depois de um dia exaustivo e sentar na sala para conversar com a família sobre tudo que aconteceu naquele dia era algo rotineiro. Eu chegava ansiosa por falar, e falar e falar mais um pouquinho. Como dizia meu irmão, eu precisava gastar as minhas 3.000 palavras diárias, por mais que no dia já tivesse falado mais de 5.000 palavras. 

Quando casei esse foi um choque. Eu sempre cheguei em casa antes dele, e aguardava ansiosa pela sua chegada para poder conversar, contar tudo que aconteceu, escutar nos mínimos detalhes o dia dele, mas.... surpresa!!!! Ele só queria chegar em casa, sentar no sofá, e pensar em absolutamente NADAAAA. 

Aquilo pra mim foi aterrorizante, para não dizer completamente anormal. Como assim ele não queria conversar comigo? Qual era o problema? Eu tinha tantas coisas para contar, e também para ouvir e ele simplesmente não queria conversar? Pronto, descobri que tinha casado com um alienígena. Foi ai que começou a nossa primeira desavença do casamento. Eu queria falar, e ele só queria pensar em nada. Depois de algum tempo, e com aquela situação já insustentável eu precisava conversar com alguém sobre aquela situação, pois o meu pai é do tipo que chega em casa e conversa, então aquela atitude era absolutamente nova para mim. 

Conversando com várias pessoas no trabalho e amigas fui descobrindo que a atitude do "chegar em casa e querer ficar pensando em nada" é algo completamente normal para os homens. Contudo aquilo não era normal para mim, e eu precisava resolver aquela situação. 

Então, chamei ele para um conversa e disse que eu precisava falar, e que entendia que ele precisava ficar quieto ao chegar em casa. Então descobrimos que era necessário que cada um abrisse mão um pouquinho de suas manias trazidas da casa dos pais, para juntos criar a nossa própria identidade familiar. 

Hoje, esse fato já é algo superado. Combinamos de conversar no percurso que ele volta do trabalho para casa, pois assim, quando ele chega, ele tem o tempo dele de sentar no sofá, pegar o controle remoto e pensar em absolutamente nada.    

E você, também passou por essa situação? Como que vocês se resolveram? 

Comentários

  1. Então... tanto o Gil quanto eu precisamos passar um tempinho na caixinha do nada... então facilita... mas eu como mulher ainda fico com aquela vontadezinha de conversar um pouco...

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    1. Fran... pois é. Nós mulheres temos mais necessidade de conversar neh? Outra coisa que eu faço também é ligar para a minha mãe, ou uma amiga. São esses minutinhos a mais de conversa que preenche aquele tempo que ficou faltando. Bjos.

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